Pedro Ribeiro Instagram – Como é que se acaba de ler a biografia de um humorista, e se tem vontade de chorar?
O sul africano do Trevor Noah é um daqueles casos de alguém que contraria todas as probabilidades, e quem ler a sua história não pode deixar de pensar que aqui está um homem que é de facto uma improbabilidade. E no entanto, ei-lo a sair vivo e bem, do lado de cá, depois do inferno.
O retrato da África do Sul do Apartheid, com 11 línguas oficiais e infinitos outros dialetos, das várias camadas de crime e coragem que se cruzam, como se cruzam esperança e desalento, racismo e optimismo, fé e ausência absoluta de noção entre o bem e o mal, ingenuidade e esperteza, polícia criminosa e gangsters ingénuos, um sistema corrupto e uma economia paralela, violência doméstica e sentido de comunidade, tudo ao mesmo tempo, opostos absurdos que fizeram a infância e adolescência deste tipo que eu só conhecia do Daily Show e que agora me parece estranhamente próximo, mais real. O puto que deu a volta ao destino. E fê-lo com surpreendente sanidade suficiente para ser o autor da melhor, mais eloquente e fiel descrição do prazer único que é fazer cocó quando se tem mesmo vontade.
“Sou um Crime”, chama-se o livro.
Não o ler é que é, eu acho. | Posted on 19/Jun/2023 01:58:12
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O sul africano do Trevor Noah é um daqueles casos de alguém que contraria todas as probabilidades, e quem ler a sua história não pode deixar de pensar que aqui está um homem que é de facto uma improbabilidade. E no entanto, ei-lo a sair vivo e bem, do lado de cá, depois do inferno.
O retrato da África do Sul do Apartheid, com 11 línguas oficiais e infinitos outros dialetos, das várias camadas de crime e coragem que se cruzam, como se cruzam esperança e desalento, racismo e optimismo, fé e ausência absoluta de noção entre o bem e o mal, ingenuidade e esperteza, polícia criminosa e gangsters ingénuos, um sistema corrupto e uma economia paralela, violência doméstica e sentido de comunidade, tudo ao mesmo tempo, opostos absurdos que fizeram a infância e adolescência deste tipo que eu só conhecia do Daily Show e que agora me parece estranhamente próximo, mais real. O puto que deu a volta ao destino. E fê-lo com surpreendente sanidade suficiente para ser o autor da melhor, mais eloquente e fiel descrição do prazer único que é fazer cocó quando se tem mesmo vontade.
“Sou um Crime”, chama-se o livro.
Não o ler é que é, eu acho.