É isto que está em cima da mesa, no Brasil. E que, infelizmente, é sabido que há quem queira implantar cá. Isto é puro Mal, lamento dizê-lo. A ideia de que há seres humanos que se dizem “pró-vida” e que acham normal e aceitável que uma criança que é violada tenha de ir para a frente com uma gravidez. A ideia de que há seres humanos que se dizem paladinos do Bem, que acham normal que uma mulher violada que aborte tenha uma pena de prisão maior que o violador. Ver mulheres a defender isto é o fim do mundo. Estamos à beirinha de uma Idade das Trevas. Que todas as ferramentas de que dispomos hoje – e que não existiam noutras Idades das Trevas – nos permitam não deixar que esta insanidade aconteça.
Está a acontecer muita violência verbal no Instagram da @depernasparaoar_ por parte de pessoas que a acusam, nos seus livros, de “promover o homossexualismo” entre os miúdos. Eu levei por tabela, mas acho que cada vez mais não faz sentido responder a agressão com agressão. Então optei simplesmente por explicar, amavelmente, a um senhor que me insultou, para que serve um livro como o da Mariana – e não é para fazer lavagens cerebrais ou promover o que quer que seja. Ironicamente, o Instagram respondeu que não foi possível aceitar o meu comentário de paz, enquanto continua a aceitar vários de guerra. Por isso, deixo-o aqui para tentar que percebam que este é um assunto de paz e não de guerra. Gostava que tivessem a paciência de o ler. Obrigado.
Material de apoio ao Homem Que Mordeu o Cão de hoje. Tenho de confessar: há mensagens de ódio e mensagens de ódio. A maioria não tem grande história, é algo repetitiva e nada surpreendente. Mas, de vez em quando, surge uma tão singular e original, tão única e idiossincrática, que, de uma estranha maneira, quase que merece ser celebrada. Esta é uma dessas. Tão simples, tão surreal, tão deliciosamente insultuosa. Mas sim, enquanto pessoa que também detesta o Trump, consigo perceber o nível de repúdio que este senhor tem por mim. Uma coisa é certa: eu, pelo menos, não tenho acesso aos códigos nucleares e isso deveria tranquilizar os meus haters. Comigo o mundo só acaba por acidente, se por acaso eu tropeçar num cabo ou coisa do género.
Há perto de dois anos que andam uns senhores a bater-me à porta a tentar convencer-me a comprar tapetes persas. Um deles, antes que eu conseguisse processar o que estava a acontecer, entrou-me pela casa adentro e estendeu-me um no chão, ao mesmo tempo que me metia nas mãos um papel com o NIB dele e ia baixando o preço a cada “não” meu e me dizia para fazer a transferência na opção “Urgente”, senão ia demorar dias a processar. Mesmo com os meus nãos, deixou cá um tapete e pirou-se. Depois voltou cá – eu tinha ido trabalhar para Lisboa – a perguntar se eu já tinha feito a transferência. Por um tapete que eu lhe disse que não ia comprar. Pelo meio de tudo, dizia que era meu fã. Quando lhe perguntei como me chamo, ele respondeu “Então, é o Alvim”. Esse senhor acabou por vir buscar o tapete. Na rua, já com ele enrolado, vira-se uma última vez para trás e tenta de novo. Não. Daí a uns meses aparece outro senhor, com os mesmos tapetes. Disse-me que o outro tinha falecido e que ele tinha assumido agora a sua missão. “A missão de continuar a tentar vender-me tapetes enquanto eu digo que não?”, perguntei. Lá insistiu, lá baixou preços, lá disse que não. Hoje, estou eu a trabalhar em casa, ouço a campainha do portão. Suspeitei que não ganhava nada em ir ver quem era. Foi então que começaram palmas e urros. Era o senhor dos tapetes. “Como está, meu amigo, está bom? Eu sei que me vai dizer que não, mas queria que visse um tapete que tenho ali no carro.” Expliquei pela 3923892a vez que não tenho casa para tapetes persas. E que estou a trabalhar. E que o meu tempo é precioso e não posso perdê-lo a fazer-lhe o favor de contemplar um tapete. Foi a correr ao carro. “Dê-me só um instante! Só um instante!” Estendeu-me o tapete no passeio, à frente da minha casa. Não sei que epifania ele esperava que eu tivesse perante aquele tapete – diria que até era mais feio que todos os anteriores. Disse-lhe que não estava interessado. Ele respondeu: “Olhe, vou cometer uma loucura”. Neste ponto temi, por instantes, que ele nos matasse aos dois. Mas não – a loucura foi só, uma vez mais, descer o preço do tapete. Sinto que ainda não está tudo dito sobre estes senhores, os tapetes e eu.
Tinha alguma piada arranjar uma máquina do tempo e voltar, para aí, ao ano de 1986, com este recorte. E mostrar ao jovem caixa de óculos tímido e acanhado, num canto da Secundária de Benfica, a bizarria que seria um título destes. Bem. Ainda bem que tudo se compôs. E obrigado a vocês que têm estima pelas coisas que este caixa de óculos ainda tímido e acanhado (mas com um pouco mais de social skills) vai fazendo. ❤️
❤️
O Pedro recebeu este no aniversário e construiu-o agora. É um dos sets Lego mais adoráveis que já vi. Um gato expressivo, em tamanho natural, maravilhosamente “esculpido” em peças, com um realismo e uma fluidez incríveis. De longe é fácil confundi-lo com um gato a sério!
Chegando a esta altura do ano, a necessidade de férias começa a ser premente. Embora não vá já. Mas vou precisar de me entregar ao relax não tarda, até porque na rentrée há rádio para fazer, tarefas para controlar e – caneco! – um filme para realizar. O fim de 2024 e o início de 2025 são um misto entre escalar o Everest e visitar uma loja de doces. Mas neste momento – como se vê pelas memórias que eu rabisco com amor nos cadernos da Teresa, e que ela pinta com as aguarelas – começa a estar na altura de barrar amorosamente o protector solar. Factor 500000, que eu sou arraçado de lagosta. ❤️
Chegando a esta altura do ano, a necessidade de férias começa a ser premente. Embora não vá já. Mas vou precisar de me entregar ao relax não tarda, até porque na rentrée há rádio para fazer, tarefas para controlar e – caneco! – um filme para realizar. O fim de 2024 e o início de 2025 são um misto entre escalar o Everest e visitar uma loja de doces. Mas neste momento – como se vê pelas memórias que eu rabisco com amor nos cadernos da Teresa, e que ela pinta com as aguarelas – começa a estar na altura de barrar amorosamente o protector solar. Factor 500000, que eu sou arraçado de lagosta. ❤️
Para quem está neste momento a ouvir o Homem Que Mordeu o Cão: que idade tem este jovem?
Recordações de 2023, fim de semana de retiro na natureza para criar a canção que hoje está nos streamings de música e no YouTube. ❤️ #todoslevamosnocu #umanesperanocu
Esqueci-me que esta campanha ia arrancar e houve um segundo de “MEU DEUS O QUE É QUE ESTÁ ALI A MINHA CARA A FAZ— ah, OK”.
39 anos de Estúdios Ghibli, hoje. Filmes que nos tornam uma Humanidade melhor. ❤️
Grande feito do dia: descobrir que existe um videojogo relaxante sobre as férias do Shin-Chan, no qual é possível espetar o rabo para a câmara. Shin-Chan – O Meu Verão Com o Professor – A Semana Interminável já saiu há uns dois anos, mas parece que é muito bom e muito cómico. Não sei qual é o vosso parecer sobre o Shin-Chan, mas a mim faz-me rir alarvemente.
Um velho lobo – perdão: bolo, do mar. ⚓️ (Fotos da @whatteresadrew 🤍)
Ainda não estou habituado a abastecer a viatura num local ornamentado com a minha cara. Não sei exactamente que expressão fazer enquanto estou a encher o depósito. A do cartaz?
Material de apoio ao Homem Que Mordeu o Cão: Nosy Diva interpreta o tema de Titanic em flauta de nariz, num vídeo que reconstitui a saga do famoso barco de forma extremamente realista. Obrigado ao @luislealmiranda por me mostrar esta maravilha.
Caramba, @seatportugal, olhem-me a dignidade deste vídeo de condução campestre-marítima que fizemos. A música. As vistas. Estou muito crescido como embaixador. (Tudo filmado, editado e sonorizado pela @whatteresadrew)
Nunca tinha visto Alien Vs Predador. Porque sempre achei que há material religioso que não é para todas as unhas – e, definitivamente, não para as unhas de Paul WS Anderson, tão escandalosamente longe do talento de Ridley Scott, James Cameron ou John McTiernan, que sempre achei que AvP só podia ser um crime. Efectivamente, é: a realização, o argumento, as interpretações (à excepção do grande Lance Henriksen), é tudo a modos que mal enjorcado. Uma espécie de versão Wish destes dois incríveis monstros da História do Cinema. Mas passar por isto faz parte do meu actual binge das sagas Alien-Predador, para ganhar balanço para o Alien Romulus de Fede Alvarez (no qual deposito esperanças, porque adorei o Evil Dead dele e o Don’t Breathe). A maneira como estou a tentar atravessar os filmes maus destas sagas é vê-los com os óculos Quest 3, em VR, numa sala de cinema tipo IMAX que apareceu agora na app BigScreen. Não é que a qualidade dos filmes melhore, mas o ecrã gigante e o ambiente de sala de cinema põem uma espécie de cobertura de açúcar por cima que ajuda a engolir. O que é que se segue?… Oh não. Alien Vs Predador Requiem. Também é mau, não é?
As coisas que ouço no carro para me manter desperto reflectem o meu gosto eclético / absoluto caos interior.
Taskmaster VR: tinha de haver melancias. O Toy acertava com todas no centro do círculo, tenho a certeza. A minha prestação no primeiro episódio do jogo foi deplorável. Zero nas primeiras duas provas; um ponto na última. Pretendo refazer todas já com o conhecimento adquirido, entretanto. O jogo da @scallywagarcade está um mimo. Totalmente dentro do espírito. Sai hoje para os óculos VR Meta Quest.
Não podia deixá-lo na prateleira. 🥲
42 anos, hoje, de um dos meus pesadelos cinematográficos favoritos. The Thing estreou em 82, o mesmo ano que nos deu ET e Blade Runner. Que tempos. ❤️
Sei que esta opinião pode ser controversa, mas estou convencido que os melhores trabalhos de Ricky Gervais têm em comum terem sido concebidos com Stephen Merchant. The Office, Extras, Life is Short são todos melhores do que o que veio após a separação. Nunca consegui aderir a After Life (a não ser às partes de comédia, que são óptimas), porque a parte dramática nunca me soou verdadeira o suficiente. Já Merchant a solo sempre me conquistou. É um crime que uma série tão divertida como Hello Ladies tenha durado tão pouco, mas fico feliz por The Outlaws (disponível no Max) já ir na terceira temporada. A delícia de The Outlaws está na maneira engenhosa como forma um grupo de personagens-arquétipo, quase de sitcom, juntas para cumprir serviço comunitário após alguns pequenos crimes, e não só as envolve num thriller sólido, como lhes dá dimensões surpreendentes. É admirável, por exemplo, a justeza com que trata uma personagem “woke” de esquerda e uma outra de direita, conservadora, sem julgar nenhuma delas, abordando tudo o que têm de virtude e de pecado – de humano. Acabamos por gostar de todas elas e de querer passar tempo com todas elas – um dos maiores feitos que uma série pode conseguir. Tudo escrito com leveza e humanidade genuínas por Merchant e Elgin James. Aconselho muito.